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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

POESIA DE VENTO

O entardecer destas linhas mal traçadas
Diluiu a existência do grito metafórico
Que espalhou cinzas entre os jardins de insônia
Das palavras esconsas entre letras soltas
E rimas de pétalas
Nesta poesia de vento
Que soprou leve em seu ouvido frio
Reticências poéticas deste breve murmurar.

Embora fosse o tempo incapaz de reverter
Este sorriso atrofiado
Este grito embriagado preso em eco de ferrugem
A poesia perderia seu aroma
De flores ou estrumes
Se não houvesse o sexto sentido
Oculto entre a poesia e a gaiola aberta
Preso em um vôo sem plumas rumo ao abismo do anonimato.

Pablio Motta

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