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sexta-feira, 6 de abril de 2012

CASA DA SOLIDÃO

O vento gélido da solidão atravessa a sala
Rever velhas fotos é um bálsamo
E reverte esse sorriso frio e branco da noite
A um efêmero êxtase que embriaga a alma

Em meu silêncio ouço gritos que não são meus
Que arranham o céu de minha boca
Que arrastam as palavras dos olhos
A melancolia preenche os espaços desse quarto vazio sem sonhos

A lua da minha janela é bela
Quando miro nela meu olhar inerte
O azul flutua imensurável no espaço vazio
No quintal, folhas secas, grama alta e a velha cerca quebrada

Almejo a paisagem flutuante ausente no luar
O irreal antecede a utopia
Como uma flor que se move
O amor percorre o verbo e imortaliza-se em tempos distantes

Na ausência de feição o coração fez-se sáxeo
Nos gritos de ferrugem dos olhos
Os livros na estante são mudos
Não há poesia no papel que traduza a poesia do coração.

Pablio Motta

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