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terça-feira, 22 de março de 2011

REFLEXÃO

Eu vi cisnes prateados dançando
E flores bélicas em túmulos de heróis
Eu vi o aço nas asas de um falcão
Voando azul no espaço cortante
Eu quis seguir um cometa em um caminho árduo
Mas feito uma flecha atingi um coração inocente
Eu venho falar de sonhos, amor e poesia
E sangra seus olhos e beber seu cúspide
Eu venho calar o silêncio e gritar o seu murmúrio
Venho invadir o seu espaço e beber sua dor
Eu sou a canção esquecida e o toque de recolher
Eu vi os mortos chorando e ilacrimável também chorei
Eu vi borboletas de seda em um azul negro
Um barco sem velas a se perder no mar
Eu vi o escuro a beber a luz
Fechei os olhos e não me vi
Bebi o escuro e vomitei a luz
Abri os olhos e olhei-me no espelho
Vi um reflexo cansado de uma imagem distante
Vi a distância de uma imagem presente em meu próprio reflexo.

Pablio Motta

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